Coudet mostrou formas diferentes para montar o time, mudou peças e tenta confirmar a vantagem sobre o Bolívar na noite desta terça no Beira-Rio. A vaga às semifinais da Conmebol Libertadores está próxima, mas não garantida. Para confirmá-la, o Inter conta com uma peça importante Eduardo Coudet. 41 dias após ter o retorno ao Beira-Rio oficializado, o treinador modificou o time, não se prendeu ao seu modelo de jogo preferido e busca o feito inédito em sua carreira na noite desta terça-feira diante do Bolívar.

Inter se prepara para enfrentar o Bolívar pela Libertadores

A vantagem traz confiança. O Colorado derrotou o rival por 1 x 0 em La Paz e joga por empate para ir às semifinais da Conmebol Libertadores após oito anos. Caso confirme a vaga, será a primeira vez que o treinador argentino chegará a essa fase do torneio.

A melhor campanha que conseguiu até hoje foi chegar às quartas de final com o Rosario Central em 2016, quando caiu para o Atletico Nacional, campeão daquela edição. Com o Inter em 2020, deixou o clube antes das oitavas contra o Boca Juniors.

Coudet alterou o esquema de jogo para vencer na altitude

O bom resultado na altitude passou pela estratégia do argentino. Coudet deixou de lado o esquema 4-1-3-2 que vinha utilizando nos últimos jogos e montou a equipe no 5-3-2, com um terceiro zagueiro, Nico Hernández, junto a Vitão e Mercado. Em vez de abafar a saída de bola como de costume, o time apresentou uma postura mais conservadora para evitar o desgaste nos 3.600 metros acima do nível do mar e a estratégia deu certo.

– A ideia era ser um time curto, que estivesse perto entre linhas e poder sair, porque eles aqui jogam muito no um contra um na última linha – disse o técnico ainda na capital boliviana.

Diante do River Plate, nas oitavas de final, o time gaúcho mostrou frieza e catimbou o jogo no primeiro tempo no Monumental. Ainda mostrou força para abrir o placar antes do intervalo, mas cedeu a virada por 2 x 1 no segundo tempo. Entretanto, no jogo de volta, apoiado pelos 50 mil presentes no Beira-Rio, o Inter atuou como Coudet gosta. Sendo assim, o time pressionou os argentinos, devolveu o placar e avançou depois de 10 cobranças de pênaltis.

Eduardo Coudet, técnico do Inter — Foto: Tomás Hammes

Eduardo Coudet, técnico do Inter — Foto: Tomás Hammes

Um outro modo de atuar voltou a aparecer no final de semana, desta vez pelo Brasileirão. Entretanto, Coudet montou o Inter no esquema 4-1-4-1, segurou o Flamengo e empatou em 0 x 0 no Maracanã com o time reserva. Sendo assim, o time do Inter cedeu poucos espaços para o rival e anulou Gabigol e Bruno Henrique.

– Tentamos preparar cada jogo. Nunca repetimos, depende sempre do rival. Buscamos neutralizar as virtudes e ver onde podemos atacar o rival, isso muda a cada jogo. Temos que ser versáteis, acomodamos da melhor maneira e sermos inteligentes. Esse grupo é – elogiou o treinador.

O treinador argentino também mudou jogadores de lugar

Além do esquema tático, Coudet também trocou peças em relação ao seu antecessor, Mano Menezes. Rochet assumiu o gol no lugar de John, que acabou negociado com o Valladolid, da Espanha. Johnny se fixou como primeiro volante, na posição outrora de Rômulo.

Aránguiz virou o volante central. Wanderson deixou a ponta esquerda para atuar na linha de três meias. Por fim, Alan Patrick foi adiantado para ficar mais próximo a Enner Valencia, que segue como o homem de referência no ataque. O equatoriano tem sido fundamental no mata-mata da Conmebol Libertadores, com gols em Buenos Aires e La Paz.

A ideia para esta terça é, mais uma vez, ter uma equipe cheia de propostas de gol. Com o retorno de Mauricio ao time titular, o Inter voltará a atuar no 4-1-3-2 e buscará abafar o Bolívar para aumentar a vantagem e contar com as arquibancadas lotadas do Beira-Rio. A única dúvida é quem entra na vaga de Vitão, lesionado: Igor Gomes ou Nico Hernández?

– Temos que colocar essa vantagem de lado, na cabeça tem que entrar em campo como se tivesse sem vantagem, com sangue nos olhos, com nossa torcida aqui, temos que ir em busca da vitória, com humildade e objetivo de ganhar. Claro que a vantagem dá essa segurança a mais, mas não podemos entrar relaxados – destacou o atacante Wanderson.

Coudet tenta recuperar a moral com a torcida

Mesmo que ainda não tenha vencido jogos no Campeonato Brasileiro, esse Inter de Coudet faz a torcida acreditar no tricampeonato da Libertadores. O treinador argentino, que dividia a torcida pela forma como deixou o clube em 2020, conquista mais torcedores a cada jogo e contará outra vez com o apoio da arquibancada do Beira-Rio.

O jogo contra o Bolívar ocorre às 19h (de Brasília). Um empate já garante vaga à próxima fase. Derrota por um gol de diferença leva a decisão aos pênaltis. Por fim, a direção colorada projeta mais de 50 mil torcedores no Beira-Rio. Não há mais ingressos disponíveis desde a semana passada.

Foto: Ricardo Duarte/Inter