O Santos está se organizando para possivelmente enfrentar uma disputa jurídica com o V-Varen Nagasaki, do Japão. Isso ocorre após o registro do técnico Fábio Carille no BID da CBF e a regularização, finalmente, da situação contratual do treinador no Brasil. Na última sexta-feira, os clubes realizaram uma extensa reunião, porém, não conseguiram chegar a um acordo.

Sem acordo com time japonês

Para habilitar o técnico a comandar a equipe em partidas oficiais, o Santos aproveitou uma brecha contratual entre Carille e o clube japonês. Devido a questões tributárias, os contratos no país asiático geralmente são renovados a cada 11 meses. Nesse contexto, um dos vínculos do treinador expirou em 1º de janeiro e estava programado para ser renovado no mês seguinte. O clube japonês considera essa abordagem “absolutamente inaceitável” e promete entrar em disputa jurídica.

É exatamente nesse ponto que surgem as discordâncias entre as partes: o V-Varen acredita que a renovação não apenas é automática, mas também não requer a aprovação de Carille. Por outro lado, o Santos sustenta a posição de que o treinador estava “livre” no mercado e se recusou a pagar a multa rescisória, que gira em torno de R$ 7 milhões, aos japoneses.

Santos está disposto a enfrentar uma eventual disputa jurídica

Em uma declaração oficial e nos bastidores, o Santos reconhece a expectativa de enfrentar uma disputa jurídica nesse contexto. O clube, ao divulgar a nota, expressa que encerrou as negociações com o V-Varen e que considerará e discutirá eventuais demandas no momento apropriado e nos fóruns competentes. Após manifestar publicamente duas vezes sua perplexidade em relação à situação de seu agora ex-treinador, o V-Varen pretende recorrer à Câmara de Resolução de Disputas da FIFA em busca de compensação pela saída de Carille.

Enquanto isso, o Santos não apenas trabalha há semanas, em colaboração com o treinador, para elaborar o planejamento para 2024, mas também o tem pronto para a estreia na temporada, marcada para o próximo dia 20 contra o Botafogo-SP, fora de casa, pelo Campeonato Paulista.

Outros casos como o de Carille

No cenário brasileiro, diversos clubes e jogadores enfrentaram complicações decorrentes de disputas com equipes japonesas. Um exemplo é o atacante Rony que recebeu uma suspensão de quatro meses e uma multa devido à quebra de contrato com o Albirex Niigata.

Em 2018, o Niigata moveu uma ação na FIFA contra o jogador e o Athletico Paranaense, clube que o havia contratado naquela época. A Câmara de Resoluções da FIFA condenou ambos, impondo penalidades ao jogador e ao Furacão, que chegou a enfrentar a proibição de inscrever novos jogadores. A pena inicialmente seria válida por duas temporadas, mas, em 2021, o clube paranaense conseguiu reverter a pesada sanção ao pagar uma multa de R$ 7 milhões.

Outro episódio recente envolve o atacante . A Corte Arbitral do Esporte (CAS) condenou o Corinthians e o jogador a pagarem uma compensação de 2,6 milhões de dólares (cerca de R$ 13,3 milhões na cotação atual) ao Nagoya Grampus, do Japão. A situação do centroavante, atualmente no Amazonas, teve origem em 2020, quando o clube japonês o acusou de “abandonar o emprego” ao regressar ao Brasil para firmar contrato com o clube de Itaquera. Na época, o contrato de estava vigente até o ano seguinte.

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Foto: V-Varen Nagasaki