Durante as investigações da “Operação Penalidade Máxima II”, uma nova lista de envolvidos no esquema de manipulação de partidas em apostas foi divulgada pelo jornal O Globo. Nela, o nome do meio-campista Maurício, do Internacional, foi citado, mas logo negou qualquer participação. Quem confirmou essa informação foi o clube gaúcho, que emitiu uma nota oficial em seu site oficial e nas redes sociais. Maurício, foi citado por apostadores como mostram prints de conversas interceptadas pela operação realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Maurício negou convite para participar de esquema

Conforme apurou a ESPN, o meia Maurício, do Internacional, foi chamado para participar do esquema de apostas que está sendo investigado pela “Operação Penalidade Máxima II”, do MP-GO (Ministério Público de Goiás).

Pessoas do staff do atleta contaram que o meio-campista de fato foi procurado pela quadrilha, mas o mesmo cortou contatos e “negou veementemente” qualquer possibilidade de participar do esquema.

Segundo a apuração da ESPN, Maurício foi abordado primeiramente por um intermediário, quando deu seu primeiro “não”.

Logo depois, o atleta do Inter foi novamente contatado, desta vez por telefone, e os criminosos foram dispensados.

“Não gosto dessa parada. Não vou mudar de ideia”, disse Maurício.

As imagens mostram membros de quadrilhas organizando uma série de pagamentos em 15 de setembro de 2022. Nas mensagens, eles citam que aguardam a confirmação dos dados bancários do jogador para o suposto pagamento de valores.

Apostadores organizam supostos pagamentos. Foto: Divulgação

Entretanto, foi apurado que Mauricio repassou aos seus representantes e ao Internacional uma série de prints que comprovariam que o jogador não está envolvido no esquema de apostas. O clube se pronunciou sobre o caso em suas redes sociais no fim da tarde desta quarta e afirmou que ele não será afastado.

A “Operação Penalidade Máxima II”

Portanto, vale lembrar que, na última terça-feira (9), a Justiça de Goiás acatou a denúncia feita pelo MP contra os 16 investigados na “Operação Penalidade Máxima II”.

No total, sete atletas são réus na ação, junto com nove apostadores que comandam a organização criminosa.

Os réus vão a julgamento após o processo de instrução feito pelo juiz.

Portanto, desde a última terça para esta quinta (11), vários jogadores foram afastados por seus clubes, como Eduardo Bauermann (Santos), Vítor Mendes (Fluminense), Richard (Cruzeiro), Nino Paraíba (América-MG), Fernando Neto (São Bernardo ) e Pedrinho (Atlético-PR).

Veja abaixo quais são os jogos que estão sob investigação na “Operação Penalidade Máxima II” na Série A

  • Palmeiras x Juventude
  • Juventude x Fortaleza
  • Goiás x Juventude
  • Ceará x Cuiabá
  • Red Bull Bragantino x América-MG
  • Santos x Avaí
  • Botafogo x Santos
  • Palmeiras x Cuiabá

Quais jogadores estão sendo investigados?

  • Eduardo Bauermann (Santos)
  • Fernando Neto (São Bernardo)
  • Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
  • Igor Cariús (Sport)
  • Matheus Gomes (Sergipe)
  • Paulo Miranda (Náutico)
  • Victor Ramos (Chapecoense)

Quais jogadores foram citados no processo?

  • Bryan García (Athletico-PR)
  • Dadá Belmonte (América-MG)
  • Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)
  • Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)
  • Maurício (Internacional)
  • Moraes Jr. (Juventude)
  • Nathan (Grêmio)
  • Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
  • Nino Paraíba (América-MG)
  • Pedrinho (Athletico-PR)
  • Richard (Cruzeiro)
  • Vitor Mendes (Fluminense)

Quem são os apostadores e membros da organização?

  • Bruno Lopez de Moura
  • Ícaro Fernando Calixto dos Santos
  • Luís Felipe Rodrigues de Castro
  • Pedro Gama dos Santos Júnior
  • Romário Hugo dos Santos
  • Thiago Chambó Andrade
  • Victor Yamasaki Fernandes
  • William de Oliveira Souza
  • Zildo Peixoto Neto

O que a “Operação Penalidade Máxima” investiga

A investigação da “Operação Penalidade Máxima” aponta que grupos criminosos convencem jogadores com ofertas de até R$ 100 mil a cometer lances específicos em partidas e fazer com que apostadores lucrassem em sites dessa área.

Por exemplo, um jogador “contratado” pela quadrilha teria a função de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo cooperar no resultado de uma partida – geralmente uma derrota para seu time.

A primeira denúncia

As primeiras denúncias da operação aconteceram no final de 2022, quando o meia Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil de pênalti contra o Sport em jogo da Série B do Brasileirão.

Na época, o atleta embolsou imediatamente R$ 10 mil e só ganharia o restante se o plano desse certo. Porém, Romário nem foi relacionado na partida, o que estragou a ideia.

A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as repassou ao Ministério Público do estado. Desde então, a “Operação Penalidade Máxima” foi formada para investigar as evidências e suspeitas sobre o assunto.

A primeira denúncia suspeitava de adulteração e manipulação em três jogos da Série B, mas eventos recentes levaram os investigadores a acreditar que o problema era de âmbito nacional e havia ocorrido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileirão.

Portanto, além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

O que os jogadores faziam para manipular as partidas?

Os atletas e envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação da seguinte forma: receber cartões amarelo ou vermelho, cometer um pênalti, garantir uma derrota parcial no 1º tempo, número de escanteios, etc.

Algum jogador de futebol foi preso na “Operação Penalidade Máxima“?

Nenhum jogador foi preso, apenas pessoas envolvidas no processamento de manipulações. Três mandados de prisão foram expedidos em São Paulo, mas apenas para não atletas.

As granadas de efeito moral foram apreendidas em cumprimento do mandado de prisão em São Paulo para porte de arma de fogo em outro endereço, também em São Paulo. Nesse local, houve também um flagrante de armas de fogo sem o devido registro.

Sendo assim, atletas ou recrutadores podem ser indiciados pela condição de torcedor e também responder pelo crime de lavagem de dinheiro, se for o caso. Dependendo do status do torcedor, a pena varia de 2 a 6 anos de prisão.

Foto: Ricardo Duarte