No último sábado (18), o Internacional empatou com o Caxias pelo jogo de ida das semifinais do Campeonato Gaúcho de 2023. Apesar de sair na frente, graças a gol de Alan Patrick, o Colorado sofreu o empate e, por detalhe, não viu a equipe Grená virar. O amplo domínio do adversário no meio-campo assustou a equipe de Mano Menezes e escancarou um problema antigo.

Desde o dia primeiro de outubro de 2022 o Internacional não tem um volante confiável. Naquele momento, em que foi confirmada a ruptura dos ligamentos do joelho de Gabriel, o Colorado perdeu o único atleta do meio-campo com alta capacidade de desarme rápido. Desde então o time de Mano Menezes procura uma solução, mas não a encontra.

Matheus Dias, Johnny, Gabriel Baralhas, Liziero, no ano passado, todos já foram utilizados por ali e não renderam o esperado pelo Internacional. O problema é que nenhum dos citados acima possuem características de um camisa “5”. Johnny e Matheus Dias, desde as categorias de base, rendem melhor na segunda função. Assim como Gabriel Baralhas, que desempenhou melhor no Atlético-GO quando atuou de forma mais avançada.

Por conta disso, Mano Menezes até tentou escalar a equipe com dois volantes, mas esbarrou em outro problema, a falta de intensidade. Apesar de atuarem mais avançados, Johnny e Matheus Dias não possuem características de velocidade, e sim de criação. Em um esquema mais voltado ao contra-ataque, como utilizado pelo Internacional, ambos acabam atrapalhando.

A melhor solução encontrada por Mano Menezes, até agora, foi dar preferência ao ataque, em detrimento da segurança defensiva. Desta forma, o técnico acaba por escalar o Internacional com apenas um “falso camisa 5”, colocando Mauricio e Carlos de Pena. Foi assim que o Colorado encerrou a temporada passada, mas que nesse ano não voltou a se repetir com qualidade.

Culpa da diretoria do Internacional?!

Se com as peças que tem Mano Menezes não consegue fazer a equipe performar bem, então a diretoria deveria ter contratado algum nome mais afirmado. A lesão de Gabriel ocorreu em outubro de 2022 e, desde então, o Internacional não tem um camisa “5”. E, internamente, já se sabia que o técnico vê Johnny em uma segunda função no meio-campo, e não na primeira.

Somente depois de 5 meses a diretoria do Internacional parece estar entendendo o problema. Tanto é que, nos últimos dias, surgiram especulações de negociações envolvendo Gustavo Cuéllar – ex-Flamengo e no Al Hilal, da Arábia Saudita – e Diego Pituca – ex-Santos e no Kashima Antlers, do Japão. Um movimento lento e atrasado, de um problema que já era possível verificar e corrigir desde a abertura da janela, em dezembro.

Foto: Ricardo Duarte / Internacional