A noite do último domingo (05) foi dolorida para os torcedores do Internacional. Mais do que perder um Gre-Nal – que todavia pouco valia em termos de tabela – o Colorado viu a equipe ser dominada pelo maior rival e só conseguir ameaçar em lances individuais. Boa parte disso em virtude das estratégias errôneas escolhidas pelo técnico Mano Menezes.
O primeiro grande erro de Mano Menezes foi já na escalação. Escalar Baralhas e Johnny juntos, por mais que o Grêmio apresente força numérica no meio-campo, acabou atraindo o rival ao campo do Internacional. Além disso, os dois não possuem grandes características de marcação, o que deixou muitos espaços na frente da grande área.
Na entrevista coletiva, após a derrota, Mano Menezes até tentou se justificar, mas acabou se contradizendo. O próprio treinador admitiu que, durante os treinamentos da semana, relutou em atuar com dois volantes. Portanto, em diversos momentos não trabalhou essa formação, o que custou campo e, principalmente, o resultado para o Internacional.
Estratégia
O segundo erro de Mano Menezes foi de estratégia. Conforme adiantado aqui, o Grêmio se sente confortável quando permanece com a bola a enfrenta defesas fechadas. E foi exatamente desta forma que o Internacional se postou. O Colorado permaneceu com as linhas recuadas os 90 minutos, dando tempo e espaço para o Tricolor.
No ataque, por sua vez, Mano Menezes também não foi coerente com o futebol apresentado anteriormente pelo Internacional. Pedro Henrique é o artilheiro do Gauchão atuando como “falso 9”, arrancando em velocidade da ponta esquerda. No Gre-Nal, no entanto, o treinador fixou ele na frente, causando um grande isolamento e resultando em constantes vitórias físicas da defesa rival.
Substituições
Para finalizar, as substituições realizadas por Mano Menezes também não fizeram sentido. Tirando a de Vitão por Rodrigo Moledo, em virtude de um problema físico, o treinador não teve ousadia para mudar a cara do jogo. A entrada de Matheus Dias resulta em maior segurança defensiva, mas a permanência de Johnny manteve o cenário defensivo inalterado. O mais lógico seria a retomada da formação com Maurício e Carlos de Pena no meio-campo.
No setor ofensivo, então, outro grande erro de substituição. Além de escalar Pedro Henrique isolado na frente, Mano Menezes ainda tirou o artilheiro do Campeonato Gaúcho para colocar Luiz Adriano. O centroavante não entrou mal, até dando assistência, mas, atrás no placar, fazia mais sentido apostar em um esquema com três atacantes.
O último erro definitivo de Mano Menezes, então, foi a entrada de Lucas Ramos. O jovem, cria das categorias de base, pouco havia atuado nesta temporada e foi colocado logo em um clássico na Arena. Além de queimar o garoto com a torcida – afinal foi dele a falha no segundo gol – o treinador mostrou que, de fato, esteve mais preocupado em garantir o empate do que em buscar os três pontos.