Para muitos brasileiros, essa data simboliza o Dia dos namorados, para comemorar junto ao seu/sua parceiro/a. Porém, para palmeirenses e corintianos, 12 de junho é muito mais simbólico, dividido entre amor e ódio por parte das torcidas. Afinal, o que tem de tão importante nessa data?
Há 30 anos, o Palmeiras soltava o grito de campeão, um grito que estava aprisionado na garganta por muito tempo. Nesse mesmo dia, em 1993, o Verdão goleou o Corinthians na final do Campeonato Paulista e quebrou um jejum de mais de 16 anos sem levantar quaisquer título. O inicio da ‘Era Parmalat’!
Antes de mais nada, o Timão venceu o jogo de ida por 1 x 0 no Morumbi, com gol do Viola, que em sua comemoração, provocou a torcida adversária imitando um porco.
Porém, para o confronto de volta, com um público de 104.401 torcedores, os jogadores palmeirenses vieram motivados para buscar a vitória. No entanto, com uma arbitragem de José Aparecido bem polêmica, a equipe comandada por Luxemburgo conseguiu superar o rival por 3 x 0 e levou o jogo para prorrogação. Com gol de pênalti de Evair, selou a goleada para cima do Coritnhians e enfim, voltaram a levantar um título.
Assim, esse é considerado como um dos jogos mais importantes na história da equipe Alviverde, a 1ª conquista de uma década de 90 tão vitoriosa. Que ainda foi prestigiada com a 1ª conquista da Libertadores do clube, anos depois, em 1999, entre vários outros troféus!
Por ter sido um resultado tão importante e histórico, 12 de junho é considerado como o Dia da Paixão Palmeirense, para os torcedores. E virou até tema de um filme, dirigido por Mauro Beting e Jaime Queiroz.
Arbitragem polêmica e lance com Neto
Entretanto, como já dito anteriormente, o árbitro gerou revolta nos torcedores corintianos, incluindo no ex jogador Neto, apresentador do programa ‘Os Donos da Bola’. Presente na final, o atual comentarista esportivo relembrou sobre o caso mais polêmico de sua carreira, em participação no podcast ‘Mano a Mano’.
Neto admitiu ter sido racista, ao cuspir na cara de Zé Aparecido (árbitro da partida), acompanhe a seguir:
Foi a maior covardia que eu já fiz. Fui covarde, sujo e racista. Se fosse branco eu cuspiria? Não. Quando eu cuspi, no Zé Aparecido, eu cuspi em um árbitro, negro e ele se fudeu, perdeu mais do que eu. O Neto ganhou para as pessoas. Não, eu fui o covarde, eu que tinha que pedir o perdão, para ele e para deus. Eu pedi e ele me perdoou – afirmou.
Segundo ele, o motivo teria sido a ausências de faltas aplicadas à favor do seu time durante o jogo.
Ele não estava dando faltas. Eu cheguei a falar ‘você está de sacanagem Zé Aparecido’. Aí entrei forte no César Sampaio e ele me expulsou na hora. Eu ia dar um soco na cara dele, porque eu estava possesso na hora, mas para não dar o soco eu cuspi. Deveria ter dado um soco
Por fim, o ‘Craque Neto’ finalizou mostrando-se arrependido por seu ato e queria que os filhos ouvissem essa história dele mesmo. Confira:
O meu ato foi tão nojento que não condiz com a pessoa que eu sou, e isso me fez crescer. Porque nenhum dos meus filhos souberam por ninguém, souberam por mim, que eu fui racista e que cuspi no rosto de uma pessoa. Só o Júlio, meu filho de 5 anos que não sabe. O João, Gustavo e Luíza souberam por mim que o pai foi um filha da put* – complementou-o.
Depoimento de torcedores:
Torcedor palmeirense
Foi uma mudança de chave, que fez muita gente virar palmeirense e o que acendeu o amor de muitos palmeirenses que nunca tinha visto um título do Palmeiras. Meu pai fala até hoje daquele time, ele tinha fita do jogo, com o vestiário e o pôster também. Ele fala principalmente do ataque, Evair e Edmundo. E acho que todos os títulos que o Palmeiras ganhou nos anos seguintes, se deu por causa desse. – Leonardo Coutinho.
Torcedora corintiana
Foi uma final bem lazarenta, falando como corinthiana e com lances polêmicos, falando como jornalista. Um empate bastava para o Corinthians naquela finalíssima, mas o Palmeiras tinha um elenco de peso e superior, mas isso não tornou o jogo mais fácil para nenhum dos lados. Foi uma disputa acirrada e dava gosto de assistir aquele jogo (eu não era nascida, mas relatos e vídeos não faltam, além do meu pai ter o jogo gravado). Falando para o lado polêmico, para mim, aquela entrada do Edmundo em Paulo Sérgio era lance para cartão vermelho, por mais que não tenha pegado com tanta força. – Verônica Torrealba.