Acabou, não há mais como Internacional e Mano Menezes seguirem juntos. A derrota no clássico Gre-Nal foi a pá de cal na relação já estremecida entre o treinador e membros da diretoria do Colorado. Apesar de contar com a confiança do presidente Alessandro Barcellos, a pressão interna já está insustentável.

O trabalho de Mano Menezes no geral precisa ser claramente dividido em dois: 2022 e 2023. Ano passado chegou em meio a temporada, alterou a posição de alguns jogadores, como Carlos de Pena, e contou com uma preparação física invejável para, com méritos próprios, garantir o vice do Brasileirão.

A pré-temporada, contudo, arruinou tudo de positivo que aquele time tinha. Mano Menezes perdeu o preparador físico e passou a ver o time decair no segundo tempo dos jogos. De quebra, o técnico ainda morreu abraçado em algumas filosofias que já se mostravam erradas.

Em 2023 o Internacional jogou poucos jogos bem. A maioria, contudo, foi com um time sem centroavantes, apostando na velocidade de Pedro Henrique e Wanderson. Com a chegada de Luiz Adriano, no entanto, o técnico abriu mão do que vinha dando minimamente certo no estadual em busca de uma utópica retomada do que era o time em 2022.

Faltou coragem para Mano Menezes

De quebra, ainda faltou pulso para Mano Menezes mudar o time ou a comissão quando necessário. Ele mesmo admitiu na coletiva que, ao invés de cobrar mais forte a preparação física, resolveu proteger o preparador, que acabou demitido na última semana justamente pelo baixo rendimento dos atletas.

No gol então nem se fala. Beira o bizarro a sequência dada para Keiller. Com falhas em praticamente todos os jogos, o goleiro seguia na frente de John – que entrou bem nos jogos que fez e se mostrou seguro com defesas importantes.

A avaliação final de Mano Menezes, portanto, deve ser caracterizada em dois momentos. Em 2022 pode-se falar que foi “espetacular” ao consertar um Inter sem rumo. A segunda em 2023, no entanto, é de um nível técnico “apavorante”. Nem mesmo o time de Alexander Medina mostrou tanta fragilidade quanto o de Mano nesta temporada. Por isso deve acabar saindo pela porta de trás nesta segunda-feira e certamente não receberá apoio da torcida para retornar um dia.

Foto: Ricardo Duarte / Internacional