A CBF divulgou nesta tarde os arquivos de áudio com a equipe de arbitragem e análise do VAR da defesa de John, goleiro do Internacional, que evitou o gol de empate do Vasco no último domingo (11) pelo Brasileirão.
VAR faz a checagem do lance
A jogada aconteceu aos 41 minutos do segundo tempo, quando estava 2 x 1 para o Colorado. Lucas Piton teve abertura, antes da trave. O goleiro John estava deitado do outro lado da pequena área, mas conseguiu voltar e salvar o Inter, salvando o time de levar o empate. Entretanto, os vascaínos reclamaram e afirmaram que a bola passou da linha para o árbitro de campo.
VAR: “Estou checando, ok? Não entra, para mim, não entra. O rosto dele está sobre a linha. Ok, checando. Ok, não entra, não tem visão que entra, ok?”
VAR: “Edina, a bola não entra, ok? Todos os ângulos que temos aqui visíveis.”
Árbitra: “Ok, a bola não vai entra, gente. Já foi checado. Obrigado.”
A tecnologia ainda é antiga
A CBF não possui a tecnologia utilizada pela FIFA na Copa, a linha de gol automática, que permite 100% de precisão na análise de lances. Quando é necessário verificar se a bola passou da linha, a CBF utiliza imagens de revezamento, além de uma câmera que fica em cima e tem todos os ângulos do gol.
O chefe da arbitragem da CBF, Wilson Seneme, explicou em entrevista ao Globo Esporte que a câmera do gol “garante um alto percentual de precisão, mas não 100%”. Por isso, admitiu que com base nas imagens não é possível ter a certeza se a bola foi ou não, mas apoiou a decisão dos árbitros.
“No caso dessa jogada, o corpo do goleiro bloqueou a visão da linha de gol. Não dá para no último momento do toque da bola ter uma precisão exata para saber se a bola ultrapassou ou não a linha” – disse Seneme.
O árbitro de vídeo adicionou quatro ângulos para detalhar e ter uma noção. O protocolo VAR da FIFA afirma que, para que um árbitro de vídeo faça uma alteração, deve haver um erro claro. Ao olhar, além de não achar que entrou, teve uma margem segura para ver isso. A gente pode ver visualmente que não entrou – acrescentou.
Por fim, Seneme disse que a CBF abriu conversa com a Hawk-Eye, fornecedora de equipamentos de VAR, para analisar a compra da tecnologia de linha automática de gol utilizada na Copa, mas não há previsão de implementação no futebol brasileiro.
“Para serem implantados, devem possuir estádios adequados. Os estádios da Série A devem se adaptar. Na linha do gol tem que trocar as traves, a bola com o chip, é todo um aparato que é controlado não só pelos árbitros, mas pelos estádios. A linha semiautomática também depende da estrutura” – concluiu.