Abel Braga é um dos maiores treinadores da história do futebol brasileiro, ídolo de vários clubes espalhados pelo Brasil. Braga, venceu com vários times do Brasil e do mundo. Contudo, na véspera da eleição do Internacional neste sábado, o treinador relembrou os momentos marcantes vividos com o clube gaúcho na conquista do Mundial de clubes e Libertadores da América.

Por outro lado, Abel fez questão de ressaltar os clubes que ele passou como jogador e a convocação para a Copa do Mundo de 1978. Confira todos os bastidores na entrevista exclusiva onde a lenda comenta a carreira vitoriosa de Abel Braga e os momentos mais marcantes vividos no futebol nacional e Internacional.

Abel e o amor pelo Internacional

Abel pode voltar ao Internacional caso Roberto Melo vença as eleições deste sábado. O candidato é o grande favorito e deve ser o novo presidente do Inter. Além de Abel, D’lessandro deve fazer parte do futebol do Colorado. Contudo, durante a conversa, Abelão relembrou os momentos marcantes vividos no Beira-Rio.

” Meu momento mais marcante foi no Internacional, ganhei a Libertadores, Mundial e depois vencemos o torneio de Dubai em uma final contra a Inter de Milão e tudo nos 90 minutos, não teve pênalti. Por isso eu falo, essa minha relação com Inter é incrível! Pela aceitação que tenho do torcedor, estima que eles têm por mim e claro eu tenho um carinho enorme pelo clube. Esses foram os momentos mais importantes.” disse Abel que lembrou outros momentos marcantes como o fator psicológico para enfrentar o Barcelona na final do Mundial

“O mental para o jogo do Barcelona foi muito simples, o difícil foi no primeiro jogo e eu sempre disse isso. Já falei para os amigos que eu tenho no Fluminense que o primeiro jogo é difícil, porque você pega uma equipe que já estreou, deixaram a ansiedade, tensão de fora e você não. Além disso, sempre tem aquele friozinho na Barriga, mas você tem a obrigação de ganhar, esse é o problema! Você viu ano passado que o Flamengo tinha que ganhar e viu o que deu. Teve o Internacional contra o Mazembe. Foi disputado lá nos Emirados Árabes no estádio do clube que eu trabalhava, estava no jogo naquele momento e Deus me livre”, Salientou o campeão da Libertadores com Internacional

Jogadores compraram a ideia de Abel

Abel seguiu detalhando os bastidores do Mundial de Clubes e segundo sua experiência, o jogo mais difícil foi contra o Al-Ahly. Além disso, o treinador lembrou da importância dos jogadores mais experientes naquele momento, como : Alex, Iarley e Clemer.

“O Primeiro jogo é mais difícil, depois veio o Barcelona e todo mundo tratou o Barça como favorito. Aí é mole você mostrar para o jogador que você chegou ali e é no mínimo o segundo melhor do mundo. Está na maior competição de clubes do mundo que é o Mundial de Clubes. Então nós já somos segundo, porque não ser primeiro? Foi embasado nesse aspecto desse favoritismo, favoreceram jogadores,como: Clemer, Fernandão, Iarley, Alex, jogadores que me ajudaram muito e compraram essa ideia” Afirmou Abel Braga que seguiu comentando sobre os bastidores

“Você vê nos vídeos Fernandão e eu puxando algumas palavras no vestiário. Ali estava bem, já estava bem com nós mesmos. Primeiro jogo ansiedade, tranquilizar os caras o time não era fácil Al-Ahly que está nesse mundial de novo. Eles estavam pela quinta vez consecutiva no mundial de clubes, com o mesmo treinador, Manuel José, e jogando da mesma maneira. Com 3 zagueiros, um time muito bem formado, bem dirigido, ótimo, mas as pessoas pensam: É o Al-Ahly do Egito tem que ganhar” disse o multicampeão pelo Inter

Abel Braga comenta os feitos da carreira e aposentadoria em 2022

Com desenrolar da entrevista, Abel relembrou momentos da carreira no futebol. Além dos feitos como treinador, Abelão recordou dos momentos marcantes como jogador. Um dos grandes feitos foi a ida para Copa de 1978 e a conquista do torneio de Cannes pela Seleção Brasileira. Também, comentou sobre as boas passagens que teve pelo Fluminense.

“Minha convocação para seleção brasileira de 1978, a minha conquista pela seleção no torneio de Cannes eu estava na seleção como capitão, disputei Olimpíada, minha ida ao PSG conheci nova cultura e aprendi outra língua. Vários campeonatos cariocas que ganhei com o Fluminense, Campeonato Brasileiro de 2012 com o Fluminense foi incrível, ganhamos com 5 rodadas de antecedência. Mas a mais marcante foi essa com o Internacional , ter ganho do São Paulo dentro de casa empatar no Beira- Rio, sendo campeão da Libertadores e campeão mundial contra o Barcelona”

Aposentadoria após o título carioca contra o Flamengo

Após anos não disputando finais com o Flamengo no Campeonato Carioca, Abel Braga conseguiu quebrar a sequência de títulos regionais do rival. Além disso, na final o time comandado por Abel venceu o primeiro jogo e empatou o segundo, vencendo o futuro campeão da Libertadores e Copa do Brasil daquele ano.

Mas os bastidores de viagens já estavam afetando a saúde de Abel Braga naquela altura, que afirmou que conseguiu parar no momento certo devido ao desgaste de anos na estrada como jogador e treinador de futebol: “Eu estava preparado para aquele momento que parei, eu tinha pensado em parar no final do ano. Tinha falo com o Mario Bittencourt, depois pensei em parar com o Fred em julho, só que o desgaste físico foi tão grande que tive que parar em maio porque não aguenta mais viagens tanto é que teve uma viagem para Barranquilla que foi a última e depois para Cuiabá após um domingo de Páscoa e cheguei no clube e disse: Mário não dá mais! Tanto que tive que operar o Ciático, porque aquelas horas de avião não dava mais para suportar.

“Não estava preparado naquele momento, mas parei, tive que entender. O Mário me fez uma homenagem muito grande que foi colocar meu nome no campo número 2 do CT, aquilo me emocionou bastante. Tenho muita gratidão a esse clube, primeiro que me formou como homem entrei lá com 15 e saí com 23. Fiquei aquele ano, parei e dezembro veio esse convite para esse ano, de ser diretor técnico” disse Abel antes de citar a nova função como diretor técnico.

Nova função

“Me adaptei muito bem, minha função era estar entre a comissão e jogadores, sempre procurando resolver os problemas que o treinador pudesse ter com atleta para que não tivesse nenhum desgaste, foi ótimo. Depois tive que fazer a cirurgia e fiquei de licença médica, mas foi em agosto. Mas é uma função que gostei bastante e vou seguir nela por um tempo. Porém, a gente sofre mais! Sofri bastante naquele momento difícil com o Barbieri, após os jogos via a fisionomia da comissão técnica e falava: Caramba, antes sofria só por mim, agora estou sofrendo por muita gente”

“Essa função não é fácil, mas estou feliz! Ganhei 30 títulos na minha carreira como treinador, não era naquele mês, mas aconteceu e não me arrependo de nada. Então valeu muito, o que valem são os títulos, mas também as relações e as amizades que fiz, fui respeitado em todos os clubes e fiz grandes amigos” Finalizou Abel Braga

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Crédito da imagem: Internacional